Observação de golfinhos em Sesimbra e Setúbal

Golfinho-comum (Delphinus delphis)

O golfinho-comum é uma das espécies de cetáceos avistada com maior frequência nos passeios de observação da vida marinha realizada pela Bolhas Tours.

Apresenta uma coloração negra no dorso que forma uma zona triangular invertida ao nível da barbatana dorsal. Nos flancos exibem uma mancha amarela ou castanho-claro até metade do corpo que passa a cinza na parte posterior. Já o ventre apresenta uma coloração branca.

Em adultos, os machos são ligeiramente maiores do que as fêmeas, podendo atingir os 2 metros de comprimento e pesar mais de 100 kg. Alimentam-se de pequenos peixes, que se agregam em cardumes, bem como de cefalópodes.

É uma espécie gregária, sendo possível encontrar grupos de golfinhos comuns de várias centenas de indivíduos. Os grupos são constituídos por animais de diferentes idades, com alguma segregação sexual. A longevidade estimada é de cerca de 50 anos.

Golfinho-roaz-corvineiro (Tursiops truncatus)

O golfinho-roaz-corvineiro, também conhecido por golfinho-de-nariz-de-garrafa, tem o corpo robusto, podendo atingir os 4 metros de comprimento. Apresenta uma coloração predominantemente cinzenta. O cinzento mais escuro estende-se desde o bico até à ponta posterior da barbatana dorsal, sendo cada vez mais claro desde os flancos até à zona ventral.

Existem dois tipos de roazes associados a habitats distintos. Os roazes oceânicos são animais maiores, com uma coloração mais escura e com barbatanas peitorais mais pequenos, e os roazes costeiros são animais de menores dimensões.

Estes animais alimentam-se de peixes e cefalópodes que podem capturar a mais de 100 metros de profundidade.

Em Portugal, na região do delta do Sado, encontra-se uma das três únicas comunidades sedentárias de golfinhos em toda a Europa. Com uma população de cerca de 25 roazes-corvineiro, a comunidade é avistada com frequência nas águas de Setúbal e Sesimbra. A longevidade estimada é de 45 anos.

Orca (Orcinus orca)

As orcas, vulgarmente conhecidas por baleias assassinas, são um dos maiores predadores do oceano, podendo pesar até 10 toneladas e medir até 9 metros de comprimento.

Apesar do seu nome popular, as orcas não são verdadeiras baleias, mas sim membros da família dos golfinhos. A designação mais correta é sim de "predadora de baleias", porque se alimentam de outras espécies de cetáceos, e não "baleias assassinas". Este animal é conhecido pela sua inteligência e pelas suas habilidades de caça em grupo. Trabalham juntas para capturar presas, como peixes, lulas e até mesmo outros mamíferos, como focas e leões marinhos.

Com uma vasta distribuição, nos meses de setembro e outubro, é comum serem realizados avistamentos pontuais deste superpredador em toda a costa norte de Sesimbra, até ao cabo da Roca, e na costa sul, ao longo do mar que banha a Arrábida. Neste período, o grupo de orcas ibéricas sai do Mediterrâneo e ruma para o norte de Espanha, nomeadamente, para a Galiza e o Golfo da Biscaia, passando ao largo do Cabo Espichel, em Sesimbra, à procura das suas presas favoritas, o atum-rabilho (Thunnus thynnus).

Baleia-piloto (Globicephala melas)

A baleia-piloto apresenta uma cabeça proeminente com um bico curto, quase impercetível, e uma coloração cinza-escura com uma zona ligeiramente mais clara, situada atrás da barbatana dorsal. A forma desta barbatana é inconfundível por ser arredondada e curta e ter uma base larga e inclinada para trás. As barbatanas peitorais são compridas, estreitas e pontiagudas.

Os machos podem atingir os 6 metros de comprimento, ao contrário das fêmeas, que atingem apenas 5 metros. A longevidade estimada é de 25 anos.

Com uma vasta distribuição, a baleia-piloto ocorre nas águas temperadas do Atlântico com especial incidência de avistamentos ao longo das latitudes do trópico de câncer. A distribuição e os movimentos deste cetáceo parecem estar intimamente relacionados com a localização das suas presas. Em Portugal, é possível observar esta espécie de golfinho nas águas de Sesimbra, especialmente no período compreendido entre setembro a novembro na zona do Cabo Espichel e a sul da cordilheira da Arrábida.

São animais extremamente sociáveis, apresentando um comportamento gregário, observáveis em grupos constituídos por centenas de indivíduos.

Alimentam-se preferencialmente de cefalópodes, como lulas, podendo também alimentar-se de espécies gregárias de peixe sempre que disponíveis.

Baleia-de-minke (Balaenoptera acutorostrata)

A baleia-de-minke, também conhecida por baleia-anã, é o cetáceo mais pequeno e mais abundante dos rorquais. Pertencente à subordem dos misticetos, este animal possui barbas em vez de dentes.

Tem como principais características a barbatana dorsal proeminente e uma mancha branca distintiva nas barbatanas peitorais; apresenta também uma coloração dorsal cinzento-escura e branca no ventre e nos flancos.

As fêmeas podem chegar aos 10 metros de comprimento, ao contrário dos machos, que apresentam um comprimento médio de 8 metros, o que os torna os exemplares menores. A longevidade estimada é de 30 anos.

Alimentam-se de crustáceos ou krill e de pequenos peixes, como a sardinha e o arenque.

Esta pequena baleia é residente em Portugal e pode ser observada regularmente no mar de Sesimbra, durante todo o ano, com maior ocorrência nos meses de verão.