Situado ao longo de 30 km da deslumbrante costa sul da Serra da Arrábida, o Parque Marinho Professor Luiz Saldanha, com aproximadamente 53 km2 de área protegida, é hoje um santuário para os ecossistemas marinhos e uma referência para as atividades de ecoturismo e turismo náutico.
Implementado em 1998, por ocasião da Expo 98 em Lisboa, a criação de uma zona protegida teve como objetivo a salvaguarda de um complexo conjunto de habitats marinhos que se encontravam então seriamente ameaçados ao longo de toda a costa da Arrábida.
Fatores como a apanha descontrolada de sargaço e laminárias, flora marinha fundamental para as maternidades piscícolas, a destruição de pradarias marinhas por artes de pesca de arrasto e por poluentes químicos resultantes de descargas a montante no rio sado, bem como o uso abusivo dos recursos endógenos, contribuíram para a necessidade urgente de implementar medidas de proteção.
Ao criar uma área protegida com limites e usos específicos (ver imagem) na sua exploração, procurou-se alcançar um equilíbrio sustentável entre a atividade humana e a natureza, criando-se simultaneamente as condições em toda a sua área evolvente para uma redução substancial das descargas de poluentes.
Desde a sua criação, toda a área registou um aumento significativo da biodiversidade marinha, recuperando lentamente destas utilizações não reguladas.
Quem foi Luiz Saldanha?
O Professor Luiz Saldanha (1937-1997) foi um biólogo português de renome. Dedicou grande parte da sua carreira ao estudo da biodiversidade das águas costeiras de Portugal, nomeadamente na região da Arrábida. Os seus estudos centraram-se na importância da proteção de ecossistemas frágeis e na promoção de práticas sustentáveis.
Um tesouro de biodiversidade
Hoje, o Parque Marinho alberga uma extraordinária variedade de peixes bentónicos e pelágicos. Nos seus fundos, as pradarias marinhas e florestas de laminárias são o santuário onde milhares de espécies de organismos marinhos se reproduzem e se desenvolvem até à idade adulta.
Corais, gorgónias e todo o tipo de moluscos e invertebrados voltaram a povoar estes fundos marinhos. O grande número e diversidade de espécies de cetáceos e aves pelágicas que aqui podem ser observadas durante todo o ano são o exemplo vivo do sucesso dos esforços de conservação implementados.
O futuro
Dado que a exploração dos recursos naturais continua a crescer exponencialmente em todo o mundo, é imperativo criar mais áreas protegidas para salvaguardar a natureza e os ecossistemas selvagens. Esta área protegida é um excelente exemplo de uma abordagem bem-sucedida que alcança um delicado equilíbrio entre o desenvolvimento e a proteção da natureza. A pesca regulada, os robustos esforços de conservação e o ecoturismo qualificado fazem hoje deste santuário um caso de estudo na Europa.
Envolvimento
Ao envolver as comunidades costeiras, foi estabelecida uma cultura de respeito pelo ambiente marinho, fomentando um compromisso coletivo com a sua proteção. O impacto do “Parque Marinho Professor Luiz Saldanha” estende-se agora para além das suas fronteiras, com as comunidades locais e os visitantes a envolverem-se ativamente nos esforços de conservação e a participarem em iniciativas ecológicas que promovem a sustentabilidade.
Eco-Turismo: Uma abordagem sustentável
Acreditamos que a experiência dos visitantes lhes confere um sentido de responsabilidade para com o ambiente.
Assim, as atividades oferecidas, como a prática de snorkeling com seascooters elétricas, passeios de barco guiados ao longo da costa e passeios para observar golfinhos, foram concebidas para envolver os visitantes nesses esforços de proteção desta zona, transformando-os em agentes de mudança, tanto pela sensibilização como pela sua participação ativa nos esforços de conservação necessários para salvaguardar este parque marinho.
Ao promover práticas responsáveis, os visitantes são também encorajados a explorar a beleza natural da área, respeitando os ecossistemas existentes.
Sesimbra é a porta de entrada para conhecer a biodiversidade existente no “Parque Marinho Professor Luiz Saldanha”.